sábado, 18 de abril de 2020

ESCOLHA DO PERFIL AERODINÂMICO E GEOMETRIA DA ASA MODELADA EM CAD 3D

Para a melhor eficiência aerodinâmica, a escolha do perfil ideal é imprescindível. No enteando, o conhecimento de conceitos e metodologias para o desenvolvimento do mesmo é essencial. Por isso, a seguir mostraremos da melhor forma como desenvolvemos o perfil e asa do planador.



1.            Conceitos
Número de Reynolds 
O número de Reynolds se constitui como um importante fator na aerodinâmica, pois é através do mesmo que será estabelecida a classificação de uma das características do escoamento: se este é laminar ou turbulento. Este valor apresenta-se como uma grandeza adimensional capaz de conceber um limite para que um fluido seja considerado laminar ou turbulento, ou seja, se o fluxo de partículas que escoa por sobre um corpo possui trajetória bem definida ou irregular. O cálculo do número de Reynolds para a realização de análises de um perfil aerodinâmico requer a medida da corda raiz do aerofólio, a massa específica do ar atmosférico, a velocidade inicial do planador e a viscosidade dinâmica do ar.

Sustentação 
No projeto, a sustentação pode ser definida como a força de reação decorrente da diferença de pressão entre as partes inferior e superior da asa de um planador, sendo esta a responsável por fazer com que o mesmo levante voo e consiga se manter no ar.

Arrasto
Já o arrasto pode ser definido como a força exercida pelo fluido, que oferece resistência ao movimento do planador através do ar, sendo este, segunda a ANAC, a componente paralela ao vento relativo da força aerodinâmica total sobre um aerofólio.

Estol 
O ângulo de estol pode ser definido como o ângulo em que a a força de sustentação e a velocidade do planador caem vertiginosamente em decorrência da interrupção do escoamento por sobre a superfície superior do aerofólio, devido ao alcance de um ângulo de ataque superior ao que gera a máxima sustentação na aeronave.

2.            Fatores Decisivos para Escolha do Perfil
Após a seleção de alguns perfis com base em literatura, fez-se o cálculo do número de Reynolds para análise do escoamento. Para chegar a um valor, precisa-se da velocidade do planador, comprimento da corda do perfil, viscosidade e densidade do ar.

Primeiramente, para a velocidade do planador, a equipe simulou o lançamento com um saco de arroz vedado em outro saco para evitar rompimento da embalagem. A equipe fez a medição, em quilos, do material, resultando em 1,16kg. Posteriormente, gravou-se os testes e fez-se a análise em um programa denominado Tracker.


 Imagem 1: Logo do programa de simulação de vídeos.
Fonte: Imagens Google.

Nos lançamentos, encontramos erros devido a inexperiência dos membros. No arremesso, não houve a devida projeção horizontal do corpo de prova.  Cita-se ainda que durante a gravação também obtiveram erros de posicionamento e foco. Na tentativa de reprodução dos novos testes, não houve sucesso, encontrando empecilhos mais agravantes que dificultaram mais ainda descoberta do valor da velocidade.  Desse modo, a simulação do lançamento foi feita com base no primeiro vídeo.
O resultado encontra-se na tabela e gráfico abaixo: 

Gráfico 1: Gráfico de velocidade e tempo do lancamento.
Fonte: Tracker.

Tabela 1: Dados obtidos a paritr do gráfico de lançamento.
Fonte: Tracker.


         Posteriormente, com o valor da velocidade, para os coeficientes de viscosidade do ar (m) e densidade do ar (r), utilizamos o dado da viscosidade com base no Miranda e para densidade optamos por buscas na internet, escolhendo a estima para o ar atmosférico em temperatura ambiente.
Para maior precisão de cálculo, utilizamos a ferramenta MathCad, programamos a fórmula de Reynolds e inserimos cada valor, como segue imagem abaixo:

Imagem 2: Captura do MathCad do cálculo do número de Reynolds.
 Fonte: MathCAD. 

A velocidade foi de 3 m/s apesar deste valor não ter sido encontrado no resultado da simulação do programa, já que como citado anteriormente, a equipe reconheceu diversos problemas no lançamento. Assim, estimou-se com base em buscas, conversas com estudantes experientes, os quais compõem a equipe de Aero Design do Centro Universitário Senai CIMATEC, Prometheus, chegando a este dado. O valor é baixo devido ao fato de considerarmos a pior situação para o planador, que seria o momento do estol.

Com o Reynolds definido, para analisar cada perfil, simulamos com o valor mínimo e máximo dessa variável, ou seja, um intervalo de Reynolds, sendo ele 60000 e 100000. Desse modo, fez-se uma análise mais precisa de cada modelo, onde visualizou-se melhor como o perfil se comporta com a pior e melhor exposição. Em vista disso, suscitou-se os seguintes gráficos: 

Imagem 3: Conjunto dos gráficos de Cl/Cd x ângulo de ataque.
 Fonte: XFlr5.


Imagem 4: Conjunto dos gráficos Cl x ângulo de ataque.
Fonte: XFlr5.


Imagem 5: Conjunto dos gráfico Cd x ângulo de ataque.
Fonte: XFlr5.



Outros perfis também foram selecionados para análise, contudo por razões não identificadas, o programa não fez a simulação dos perfis. Foram eles:
·               HQ 3512
·               HQ 3514
·               Eppler 423
Todos os perfis, analisados e não analisados, foram escolhidos com base em leitura de artigos e relatórios referentes à aerodinâmica de perfis e projetos de planadores e Aero Design. Todas as pesquisas utilizadas estarão disponíveis nas referências.
Entretanto, com os gráficos elaborados, fez-se a análise e comparação de cada comportamento do perfil e percebeu-se que o Clark Y mostrou-se mais ideal para as condições de voo previstas, sabendo que deve-se existir a melhor proporção Cl/Cd, ou seja, a razão com alto índice, coeficiente de sustentação (Cl)  mais alto possível e coeficiente (Cd) de arrasto mais baixo possível.


1.1.      Cálculo da Área da Asa
Com a escolha do perfil, obteve-se o valor máximo da relação Cl/Cd, onde calculamos o ângulo de planeio com máximo alcance, dada pela fórmula:

Obs.: o L/D é o mesmo que Cl/Cd

Posteriormente, com o valor do ângulo encontrado, pode-se fazer o cálculo da área pela fórmula:


Onde:
·               v é a velocidade do perfil;
·               L é o peso do planador;
·               r densidade do ar;
·               Cl coeficiente de sustentação;

·               S área da asa. 

Com a substituição dos valores de cada incógnita e com a manipulação de fórmula, utilizamos novamente o programa MathCad para calcular a área da asa. Abaixo, captura da demonstração: 

Imagem 6: Captura do MathCad do cálculo da área em planta.
Fonte: MathCAD.


Por meio da literatura e sabendo sobre alongamento, na qual é um fator que pode melhorar significativamente o desempenho da asa. Com seu ideal aumento, pode-se reduzir o arrasto induzido. Desse modo, com base em pesquisas mais aprofundadas e comunicação com equipes anteriores, decidimos optar pelo máximo tamanho de asa.

4.           Modelo CAD
Após toda estruturação do modelo de perfil e asa, partiu-se para modelagem 3D do projeto. Abaixo, a representação da asa: 

Imagem 7: Modelo CAD da asa.
Fonte: Própria equipe.

Imagem 8: Modelo CAD da asa.
Fonte: Própria equipe.

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